Wednesday, December 16, 2009

When you are strange

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Doors-People are strange

Desligue a música do blog para ouvir



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Imagem da net

Friday, December 11, 2009

Poema oferecido pela amiga Renata

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NÃO TENHO DESCANSO

Rabindranth Tagore

Não tenho descanso. Tenho sede de infinito.

Minha alma desfalecente aspira aos remotos desconhecidos.

Grande além!
Ah! o canto dolorido da tua flauta chamando!


Esqueço, esqueço sempre que não tenho asas para voar,

que vivo eternamente preso à Terra.

A minha alma arde e o meu sono foge.
Sou um estrangeiro num país estranho.

Tu murmuras ao meu ouvido uma esperança impossível.
O meu coração conhece a tua voz como se fosse a sua própria voz.

Grande desconhecido!
Ah, o canto dolorido da tua flauta chamando!

Esqueço, esqueço sempre que não tenho o corcel alado.

Não consigo encontrar o sossego,

sou um estrangeiro em meu próprio coração.

Nas brumas batidas de sol das horas lânguidas

que imensa visão de ti me aparece contra o azul do céu!

Grande irreconhecível!

Ah! o canto dolorido da tua flauta chamando!

Esqueço, esqueço sempre que na casa em que habito sozinho,

todas as grades estão fechadas.




Imagem de cima feita por Manuela, (foto montagem), imagem de baixo Deviantart

Thursday, December 10, 2009

O Mundo é Grande

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Carlos Drummond de Andrade




O mundo é grande

O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.

Saturday, December 05, 2009

Thursday, December 03, 2009

Poema

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O fogo que na branda cera ardia,
Vendo o rosto gentil que eu na alma vejo,
Se acendeu de outro fogo do desejo,
Por alcançar a luz que vence o dia.




Como de dous ardores se incendia,
Da grande impaciência fez despejo,
E, remetendo com furor sobejo,
Vos foi beijar na parte onde se via.




Ditosa aquela flama, que se atreve
A apagar seus ardores e tormentos
Na vista de que o mundo tremer deve!




Namoram-se, Senhora, os Elementos
De vós, e queima o fogo aquela neve
Que queima corações e pensamentos.


Luís Vaz de Camões



Sunday, November 29, 2009

Sonhos

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Sonhos e Pensamentos.


Espalhei meus sonhos aos seus pés. Caminhe devagar, pois você estará pisando neles.






Se destruissemos todos os sonhos dos homens, a terra perderia suas formas e suas cores e nós adormeceríamos em uma cinzenta estupidez.




Tenho mais pena dos que sonham o provável, o legítimo e o próximo, do que dos que devaneiam sobre o longínquo e o estranho. Os que sonham grandemente, ou são doidos e acreditam no que sonham e são felizes, ou são devaneadores simples, para quem o devaneio é uma música da alma, que os embala sem lhes dizer nada. Mas o que sonha o possível tem a possibilidade real da verdadeira desilusão. Não me pode pesar muito o ter deixado de ser imperador romano, mas pode doer-me o nunca ter sequer falado à costureira que, cerca da nove horas, volta sempre a esquina da direita. O sonho que nos promete o impossível já nisso nos priva dele, mas o sonho que nos promete o possível intromete-se com a própria vida e delega nela a sua solução. Um vive exclusivo e independente; o outro submisso das contingências do que acontece.


Fernando Pessoa, in 'O Livro do Desassossego'

Friday, November 27, 2009

Hot things
















Rose Pictures, Images and Photos

Sejam Bem-vindos





Sophia de Mello Breyner Andresen

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.


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A hora da partida soa quando
Escurece o jardim e o vento passa,
Estala o chão e as portas batem, quando
A noite cada nó em si deslaça.

A hora da partida soa quando
as árvores parecem inspiradas
Como se tudo nelas germinasse.

Soa quando no fundo dos espelhos
Me é estranha e longínqua a minha face
E de mim se desprende a minha vida.


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Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio
E suportar é o tempo mais comprido.

Peço-Te que venhas e me dês a liberdade,
Que um só dos teus olhares me purifique e acabe.

Há muitas coisas que eu quero ver.

Peço-Te que sejas o presente.
Peço-Te que inundes tudo.
E que o teu reino antes do tempo venha.
E se derrame sobre a Terra
Em primavera feroz pricipitado.


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Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo

Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa


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Que nenhuma estrela queime o teu perfil
Que nenhum deus se lembre do teu nome
Que nem o vento passe onde tu passas.

Para ti criarei um dia puro
Livre como o vento e repetido
Como o florir das ondas ordenadas.


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Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.

Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.

Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.
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